Em Natal, Telecentros não funcionam como planejado

Desenvolvidos pelos municípios em parceria com Ministério das Comunicações, os Telecentros têm como principal objetivo promover a inclusão digital e social. São espaços criados para dar livre uso dos equipamentos, acesso à Internet e, principalmente, fornecerem cursos na cidade de Natal de capacitação e oficinas. Contudo, em Natal, essa ferramenta não funciona como deveria.

“Hoje não estamos trabalhando com um curso específico, está funcionando como lan house mesmo. O programa é bem estruturado, mas infelizmente está nessa situação”, explicou Margarete Souza, diretora do Departamento de Qualificação da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas).

Das 16 unidades que foram pactuadas junto ao Ministério das Comunicações, guia Natal possui apenas três em funcionamento. O Governo Federal, que é responsável por disponibilizar as antenas para o fornecimento do serviço de conexão em banda larga, já forneceu seis antenas, mas apenas a metade foi instalada.

As unidades que estão disponíveis à população ficam em Barro Vermelho, no quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros; em Candelária, no Conselho de Moradores de Candelária (Conacan); e na Ribeira, no prédio da Fundação Capitania das Artes (Funcarte). “O acesso ao Telecentro é livre. Basta procurar os locais. Cada pessoa pode ficar até uma hora”, esclarece Margarete Souza.

De acordo com a diretora do Departamento de Qualificação da Semtas, a previsão é de que até julho de 2014 todos os 16 Telecentros estejam funcionando. Até o momento, o cronograma de instalação de novas unidades contempla os bairros Cidade Satélite, Redinha, Santarém, Nazaré, Nova Natal, Alecrim, Centro, Quintas e Gramoré e Candelária.



Ainda segundo Margarete Souza, cada Telecentro atende uma média de 100 pessoas por dia, que se revezam em 10 computadores.

Chegada da 4G é prometida para dezembro de 2013



Com a promessa de que a quarta geração de telefonia celular, conhecida como 4G, chegue a Natal até dezembro, espera-se que o acesso a Internet seja facilitado na capital potiguar. Contudo, entraves no licenciamento ambiental para a instalação das Estações de Rádio Base (torres e antenas) podem acabar adiando a disponibilização dessas melhorias à população. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no mínimo 50% da área urbana de Natal deve estar coberta até 31 de dezembro de 2013.  As operadoras alegam que às leis municipais que regulam a atividade são restritivas e geram atrasos. Por outro lado, de acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), as empresas que atuam na cidade possuem 188 processos sob análise do órgão, a maioria com pendências de documentação que depende das próprias operadoras.

O acesso à rede aumentou no país. Isso significa inclusão digital?

Acesso não significa inclusão digital, sinaliza apenas para a oportunidade que foi criada para o indivíduo entrar em contato com as novas mídias. Inclusão digital tem um sentido mais político. Significa que os indivíduos estão conscientes das potencialidades de uso e aplicação das informações e conhecimentos partilhados na rede e que podem tornar-se tanto consumidores quanto produtores destes mesmos conhecimentos. Basta observar como as pessoas com quem nos relacionamos lidam com a rede e que tipos de informação e interação elas buscam. A rede tem uma grande potência para democratizar a produção cultural, entretanto, uma parte relevante dos usuários a utiliza para diferentes fins, existindo aqueles que não enxergam as potencialidades educativas ou políticas dentro da rede.

Existe a geração que já nasceu no mundo digital e a que se adaptou. Qual o impacto social disso?

Os nascidos antes da explosão da internet e da era da convergência apresentam diferentes formas de lidar com a incorporação das novas tecnologias. Existem os que desenvolvem verdadeira aversão por total desconhecimento das potencialidades e implicações das tecnologias da informação e da comunicação em suas vidas. Porém existem os que desejam ou precisam adaptar-se, incorporando aos poucos esses novos artefatos. Já os nascidos após esse momento apresentam uma relação de maior facilidade na sua interação com as diversas plataformas. São os “nativos digitais”. O impacto social disso é que enquanto as novas tecnologias se tornam mais acessíveis, ainda existe uma parcela significativa da população que não tem acesso às tecnologias mais antigas. O imperativo aqui não é apenas a inserção desse grupo na economia mundial, mas permitir que a outra parte da população tenha acesso aos novos conhecimentos produzidos e partilhados através do ciberespaço, num vínculo estreito entre a produção daquilo que é significativo para a sociedade e o advento das novas tecnologias.

Fonte: Tribuna do Norte





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