Ceasa não tem para onde crescer em Natal

Há quase 37 anos, o espaço das Centrais de Abastecimento do Estado do Rio Grande do Norte S.A (Ceasa/RN) tornou-se praticamente uma bairro dentro de Natal. São quatro ruas (três paralelas e uma transversal) num espaço de mais de 76 mil metros quadrados, sendo cerca de 23 mil metros quadrados de área construída e um engarrafamento que inferniza a vida das cerca de 74 mil pessoas que circulam por lá mensalmente.

Muitos chegam antes das 4h da manhã para vender, descarregar mercadoria ou simples comprar alimentos mais em conta.  É o caso do proprietário de mercadinho Morada do Sol, José Gomes dos Santos. Desde 1993 ele frenquenta o lugar e apontam algumas soluções. “Os caminhões deveriam entrar aqui até quatro horas pra descarregar. Eu já passei uma hora e meia da entrada pra chegar até aqui”, comentou referindo-se ao box do seu Antônio de Cerro Corá.

No ano de fundação, a situação era diferente. “No início, a polícia tinha que trazer o pessoal pra cá, porque eles só queriam ficar na feira do Alecrim”, rememorou o permissionário Antônio José Neto de 77 anos (mais conhecido como Antônio de Cerro Corá). “A Ceasa era pra ser maior. O pior daqui é esse engarrafamento”, criticou.



Em 2010, a governadora Rosalba Ciarlini escolheu a Ceasa para iniciar o corpo a corpo da campanha com seus eleitores (o espaço reúne pessoas de todos os lugares do Estado e do Brasil).  Seu Antônio de Cerro Corá foi um dos que recebeu o aperto de mão da então candidata. Simultaneamente ouviu a promessa de expandir o terreno da Ceasa sobre o Centro de Atenção Integrada à Criança (Caic), que fica vizinho na Avenida Capitão Mor-Gouveia.

Mais de dois anos se passaram e os congestionamentos se sucedem  sempre pela manhã. Conforme o presidente da Ceasa, Vinícius Costa Lima, o antigo presidente  da Ceasa/RN que o sucedeu, deputado José Adécio (DEM), e o ex-secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Betinho Rosado (DEM), se mobilizaram diante da questão, mas não obtiveram sucesso. A Secretaria de Educação do Estado também é responsável pelo insucesso da operação, uma vez que o prédio lhe pertence. “Não foi possível evoluir a negociação por entraves de ordem jurídica”, afirmou. Ao longo das quase quatro décadas de existência, várias partes do terreno da Ceasa/RN foram doados, incluindo os espaços onde hoje estão o Caic e a Central de Comercialização de Produtos e Serviços na cidade de Natal da Agricultura.



Fonte: Tribuna do Norte





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